segunda-feira, 25 de abril de 2016

Arte, memória e o Golpe: Filme de Lucia Murat e Exposição "em 1964"


A memória que me contam (2012) filme de Lucia Murat

Site oficial do filme: 



Fragmento do Filme

Matéria sobre o filme:


Arte e cultura no ano do Golpe, sobre a exposição em 1964 do Instituto Moreira Salles:




Dedicamos esse espaço à exposição Em 1964 realizada pelo Instituto Moreira Salles. Para o grupo que está trabalhando sobre esse tema, colocamos algumas perguntas e questões:


  • Quais são as semelhanças e as diferenças da obra que estão projetando com a exposição do IMS?

  • Qual é o lugar na pesquisa do grupo dos documentos, artistas e referências da exposição Em 1964?

  •  Uma exposição como Em 1964 utiliza elementos formais e princípios das ambientações e instalações artísticas, também exibe ou cita obras artísticas, porém a exposição Em 1964 não aspira ao estatuto de obra artística. A pergunta que queremos fazer é em que sentido a obra que estão preparando se diferencia de uma exposição como Em 1964 nesse aspecto do estatuto artístico?



Sobre o Instituto:

"O Instituto Moreira Salles é uma instituição singular na paisagem cultural brasileira. Tem importantes patrimônios em quatro áreas: Fotografia, em mais larga escala, Música, Literatura e Iconografia. Notabiliza-se também por promover exposições de artes plásticas de artistas brasileiros e estrangeiros. E gosta de Cinema. Suas atividades são sustentadas por uma dotação, constituída inicialmente pelo Unibanco e ampliada posteriormente pela família Moreira Salles. Presente em três cidades – Poços de Caldas, no sudeste de Minas Gerais, onde nasceu em 1992, Rio de Janeiro e São Paulo – o IMS, além de catálogos de exposições, livros de fotografia, literatura e música, publica regularmente as revistas ZUM, sobre fotografia contemporânea do Brasil e do mundo, de frequência semestral, e serrote, de ensaios e ideias, quadrimestral. 


Na conservação, organização e difusão de seus acervos, o IMS tem imensas tarefas. A Fotografia cuida de 800 mil imagens, dos mais importantes testemunhos do século XIX – e aqui despontam as esplêndidas imagens de Marc Ferrez – a relevantes coleções que abarcam quase todo o século XX. Nessas últimas, convém registrar nomes como os de Marcel Gautherot, José Medeiros, Maureen Bisilliat, Thomaz Farkas, Hans Gunter Flieg e Otto Stupakoff, entre outros. E é prioridade do Instituto incorporar a seus acervos imagens do século XXI. Este formidável conjunto – 40 coleções, sendo 19 de obras completas dos fotógrafos – credencia o IMS como a mais importante instituição de fotografia do país. 
A Música dá conta dos primórdios das gravações de canções brasileiras. A coleção está abarrotada de discos em 78 rpm, um repositório de 80 mil fonogramas, que tem como sustentáculos os inestimáveis acervos de José Ramos Tinhorão e Humberto Franceschi. Mas há também acervos de três seminais compositores que fecundam a fortuna musical brasileira – Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. 
Cartas, papéis, documentos diversos e livros compõem os acervos de Literatura. Arquivos pessoais de Otto Lara Resende, Erico Verissimo, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Paulo Mendes Campos, entre outros, merecem a atenção de pesquisadores e enriquecem com informações valiosas o conhecimento sobre a atividade literária no país. 
(...)
Memória está em quase tudo o que o IMS faz. Ser guardião do passado é missão das mais nobres. De um passado que não fique estagnado, mas que seja também fundamental para entender o presente e enfrentar o futuro. Na melhor inspiração de sua história, o IMS quer construir legados culturais. É a isso que vem se devotando.

Fonte: Site do IMS. Ler mais sobre o Instituto: 
http://ims.com.br/ims/instituto/historia


Sobre a Exposição: 


"O Instituto Moreira Salles está dedicando parte de sua programação em 2014 para tratar dos 50 anos do golpe que instalou a ditadura militar no Brasil. A exposição Em 1964 propõe uma imersão neste momento decisivo para o país a partir do ponto de vista de artistas e intelectuais cujos acervos estão sob a guarda do IMS ou que têm vínculos diretos com suas atividades. 

O espectador explora os fatos culturais do período por meio de obras marcantes da literatura, da fotografia, do cinema e da música presentes nos acervos do IMS
A mostra exibe fotografias do cineasta Jorge Bodanzky, feitas em Brasília na época do golpe militar, mas traz também também fotos de Chico Albuquerque e Henri Ballot documentando o cotidiano: feiras, supermercados e outros costumes da vida diária dos brasileiros. Outro destaque da fotografia é um ensaio inédito em espaços expositivos da fotógrafa Maureen Bisilliat sobre Iemanjá. 

Monitores de vídeo exibem trechos do documentário Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, produzido em 1964 e que, por conta da repressão militar, só pôde ser finalizado nos anos 1980. A Coleção DVD do Instituto Moreira Salles lançou o filme em cópia restaurada e com dois extras preparados especialmente para a edição. 
A Caravana Farkas, projeto do fotógrafo Thomaz Farkas que reuniu jovens cineastas para documentar a cultura popular brasileira nos anos 1960, também está presente na exposição, com fotos da equipe e a exibição de Viramundo, documentário de Geraldo Sarno. 

Pode ser ouvida uma seleção musical que conta com Tom Jobim, Baden Powell, Nara Leão, Ernesto Nazareth, Radamés Gnattali e outros. Há um espaço dedicado ao Zicartola, restaurante-bar comandado por Cartola e sua mulher Zica que virou sensação, tornou-se um precursor das casas de samba e apresentou pela primeira vez nomes como Paulinho da Viola. 

O ano de 1964 também teve a publicação de dois dos livros mais importantes da escritora Clarice LispectorA paixão segundo G.H. e A legião estrangeira. Outro livro que marca o período é O braço direito, romance muito discutido e pouco lido de Otto Lara Resende, que o reescreveria pelo resto da vida. A exposição apresenta os originais, sendo os de Clarice pertencentes ao próprio acervo da escritora. E traz dois datiloscritos de Otto, nos quais ele explica como teve a ideia de escrever o livro. 

Outro destaque são duas paredes dedicadas às oito capas e contracapas da revista Pif-paf, comandada por Millôr Fernandes. Outros monitores mostram entrevistas do programa Roda Viva com a escritora Rachel de Queiroz, em que ela fala sobre seu apoio ao golpe militar. 
A programação Em 1964 ainda apresenta mensalmente, na sala de cinema do IMS, filmes que estavam em cartaz no Brasil naquele ano. 

A ideia de imersão se desdobra no site Em 1964. Durante todo o ano, imagens, textos de época e outros especialmente escritos para o site completam a experiência numa espécie de túnel do tempo para o ano do golpe." 

Fonte: site do IMS, ver mais em: 

Site On-line da Exposição:


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